Limite do novo cartão é o valor que está depositado em conta e recebe remuneração de 100% do CDI
A promessa é a seguinte: um cartão de crédito em que o cliente nunca fica endividado. E ainda recebe juros para utilizá-lo. Com este mote, a fintech brasileira alt.bank acaba de lançar o cartão de crédito novücard, que ao invés de cobrar juros dos devedores remunera os detentores do produto.
De acordo com a empresa, a ideia é que o cliente tenha como limite apenas o valor que possui em conta. Na medida em que o cartão é utilizado, o dinheiro gasto é bloqueado da conta e saques e transferências só são permitidos depois do pagamento da fatura. O produto foi batizado de Crédito Controle.
Tudo que estiver na conta e que valer para determinar o limite de crédito rende 100% do CDI. Logo, ao usar o cartão em vez de pagar em dinheiro ou débito, a pessoa recebe os juros que rendem nos 40 dias que tem para quitar a fatura.
Por exemplo: se você possui R$ 1 mil na conta, este será o seu limite. Se gastar R$ 600 no cartão, só poderá sacar ou transferir os outros R$ 400, que não estão comprometidos. O restante fica bloqueado até que a fatura seja paga. Caso o pagamento não seja efetuado em até três dias após o fechamento da fatura, o valor será descontado automaticamente da conta. Até lá, o dinheiro vai rendendo 100% do CDI.
Dessa forma, argumenta o banco, não há risco de inadimplência para o banco e nem de juros de rotativo para o cliente. Também não será possível gastar mais do que possui. O produto foi desenvolvido para as classes C e D ou pessoas que estejam negativadas e não possuem acesso a crédito.
É muito parecido com um cartão pré-pago, com a diferença que os gastos são quitados depois dos 40 dias do ciclo da fatura, permitindo que o dinheiro renda até lá, em vez de o desembolso ser realizado antes das transações.
“Além disso, cada cliente do Crédito Controle constrói seu escore de crédito mensalmente, pois reportamos dados positivos ao Cadastro Positivo – ajudando nossos clientes a melhorar sua pontuação”, acrescenta Silva.
O cartão Controle será ofertado para cerca de 75% da base de clientes da empresa. Ele é indicado para quem tem dificuldades de se organizar financeiramente e precisa de prazo para pagar algumas compras.
“A reserva funciona como uma garantia da linha de crédito. O cliente pode pagar a fatura com outros fundos e manter o dinheiro rendendo 100% do CDI diariamente no Cofrinhü (conta digital) ou, caso o pagamento total da fatura não seja realizado no dia do vencimento, a reserva é utilizada”, explica Fabio Silva, diretor do alt.bank no Brasil, que ressalta que o produto é livre de mensalidades, anuidade, taxas e juros.
Para uma pequena parcela dos clientes, cerca de 25% será ofertado um cartão comum, com juros em caso de atraso.
Limite dinâmico – ele vai mudando
Para aumentar o limite do cartão, o cliente deve depositar mais dinheiro na conta. O ajuste é feito instantaneamente, promete a fintech. É o chamado limite dinâmico, algo já utilizado por empresas como o PagSeguro, C6, XP e o Nubank, com nomes diferentes.
O PagSeguro tem um cartão livre de anuidade cujo limite varia de acordo com o volume de dinheiro investido em CDBs do banco, que rendem até 120% do CDI.
“Esta é uma excelente opção para conseguir um cartão de crédito com limite adequado à necessidade do cliente. O cartão pode ser adquirido, inclusive, por negativados, portanto, é um cartão democrático e adequado para realidade do brasileiro”, detalha o co-presidente do PagBank PagSeguro, Alexandre Magnani.
No caso do Nubank, aqueles que não possuem acesso ao crédito podem começar aplicando uma quantia reservada na conta do banco que servirá como garantia do cartão de crédito.
Entretanto, a instituição destaca, em seu site, que o valor não tem nenhum tipo de rentabilidade. O dinheiro também fica bloqueado conforme o uso, com saques e transferência permitidos apenas para o que não está comprometido.
No C6, o limite do cartão vinculado ao CDBs do banco vai até R$ 25 mil. A rentabilidade é de 100% do CDI.
A XP oferece cartão para clientes que tenham a partir de R$ 5 mil investidos, com benesses como acesso a sala VIP em aeroportos e limite de acordo com os investimentos na empresa.
Há ainda retorno de 1% do valor das compras de volta na conta de investimentos em renda fixa.
É uma espécie de cashback, que a empresa apelidou de “investback“, uma vez que o dinheiro de volta vira saldo nos investimentos.
Juros
O presidente do alt.bank, o americano Brad Liebmann afirma que há uma lista de espera de 200 mil clientes pelo produto, algo semelhante ao que foi visto na criação do Nubank, anos atrás.
“Criamos um produto que dá aos nossos clientes o controle de seus limites de crédito de uma forma muito responsável, além de oferecer vantagens significativas em relação aos cartões semelhantes dos concorrentes. Ao incentivar os clientes a pagar o cartão integralmente todos os meses e acumular rendimentos – em vez de pagar taxas predatórias – ajudamos as pessoas a construir uma ‘riqueza’ de longo prazo”, argumenta o executivo, que detém 65% da empresa.
Nos cartões tradicionais, também é possível receber juros ao utilizá-los. Só que de uma maneira um pouco mais indireta. Se você tem o dinheiro para pagar uma compra à vista e, em vez disso, parcela sem juros, pode aplicar o montante em Tesouro Selic ou CDB com liquidez diária, onde ele irá render pelo tempo de quitação das parcelas.
As informações acima procedem do site Valor investe Serviços Financeiros.
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