Material do Banco Central orienta como produtos financeiros devem ser ofertados para evitar o superendividamento
Para boa parte das famílias brasileiras, 2022 foi mais um ano em que foi preciso recorrer ao sistema financeiro para dar conta dos gastos pessoais. Até novembro, foram contratados R$ 285,5 bilhões em novos empréstimos e financiamentos, alta de 1% em relação a outubro. Em um cenário com mais gente precisando de recurso extra para fechar as contas no fim do mês, um guia traz orientações para bancos para que o consumidor tome a melhor decisão e evite o super endividamento
Lançado pelo Banco Central (BC), o Guia de Excelência na Oferta de Produtos e Serviços Financeiros – Operações de Crédito foi atualizado e chega à terceira edição. O material mostra quais são as práticas que, quando adotadas pelas instituições financeiras, contribuem para o crédito responsável e para a educação financeira do consumidor. A publicação é dividida em quatro seções. Veja os principais pontos.
‘Dinheiro rápido, ligue agora’? Fuja
Em publicidade e oferta, um dos alertas é sobre as propagandas que usam termos como “Dinheiro agora, clique aqui”, “Crédito fácil”, “Dinheiro rápido, ligue agora” que indicam que o crédito poderá ser concedido sem análise da situação financeira. A orientação do BC é que os bancos evitem o uso desses termos.
Para quem usa caixa eletrônico ou internet, os produtos de crédito não devem “pipocar” logo na primeira tela de acesso. Se ainda assim o consumidor for impactado por esse tipo de anúncio, o cliente deve ficar atento: em vez da opção “Contratar” na tela, o BC orienta que os bancos ofereçam a opção “Iniciar processo” ou “Saiba mais”, que leve a mais informações que ajudem na tomada de decisão, como, por exemplo os custos e riscos associados à contratação do crédito, incluindo aqueles incidentes no caso de atraso no pagamento.
Os materiais publicitários de produtos de crédito também devem ter alertas sobre as possíveis consequências do mau uso do crédito. “Atenção: Operações de crédito em excesso podem levar a superendividamento” é um dos exemplos que podem ser adotados para lembrar os clientes.
Quanto custa contratar um empréstimo?
Já o capítulo sobre contratação de crédito reforça a importância de as instituições facilitarem o entendimento sobre os custos da operação de crédito. Transparência é a palavra chave defendida pela autoridade monetária. As principais obrigações do cliente e da instituição financeira em relação ao valor do empréstimo a ser liberado ao cliente precisam ficar bem claras.
“O crédito, quando mal concedido e mal utilizado, é uma das principais fontes de estresse financeiro para a população, podendo gerar a situação de superendividamento”, explica Marcelo Junqueira Angulo, chefe de subunidade do Departamento de Promoção da Cidadania Financeira do Banco Central e um dos responsáveis pela publicação.
Contratei empréstimo: e agora?
Na seção pós-venda de crédito, elenca as ações que precisam ser adotadas para o consumidor saber e entender sobre a situação de suas dívidas, a possibilidade de pagamento antecipado e quando é possível a renegociação
“Muitos clientes possuem diversas operações de crédito em uma mesma instituição financeira e, muitas vezes, não entendem a composição do total de suas dívidas, assim como sua evolução. Recomendamos que os bancos desenvolvam uma ferramenta, em linguagem simples e direta, evidenciando o total das dívidas existentes, sua composição, seu tipo (CDC, consignado, rotativo etc.), a evolução ao longo dos meses e o custo total”, diz o guia.
A última sessão é destinada ao produto cujos juros médios cobrados ao ano chegaram 399% ao ano: cartão de crédito. O material traz a importância de transparência nas operações, principalmente no parcelamento das faturas.
Com Informações Valor Invest
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