Os brasileiros andam aproveitando a briga por clientes entre bancos e corretoras. Ao mesmo tempo que isso é bom para os investidores, também dificulta a escolha e a gestão dos investimentos. Especialistas aconselham ter conta em até duas ou três plataformas, no máximo, e alinhar a escolha aos objetivos e perfil de cada um
Os brasileiros andam aproveitando a briga por clientes entre bancos e corretoras para investir usando instituições financeiras diferentes ao mesmo tempo, mesclando as tradicionais e as digitais. Ao mesmo tempo que isso é bom para os clientes, também dificulta a escolha e a gestão dos investimentos. Especialistas aconselham ter conta em até duas ou três plataformas, no máximo, e alinhar a escolha aos objetivos e perfil de cada um.
Um estudo do Google encomendado aos institutos Liga Pesquisa e Quantas apontou que os brasileiros têm contas em quatro bancos diferentes, em média. Entre os motivos que levam os clientes a considerar uma instituição financeira como a principal, a concentração dos investimentos fica em quarto lugar, citada por 44% dos entrevistados. Ela está atrás de frequência de transações (77%), recebimento de salário (58%) e oferta de crédito (49%).
Já entre os motivos que levam os clientes a considerar um banco como o segundo principal, a concentração de investimentos fica em segundo lugar (34%), apenas atrás de frequência de transações (37%).
A pulverização de contas está cada vez mais comum especialmente entre os investidores, porque a relação deles com as instituições financeiras está diferente: antes, as pessoas precisavam ser aceitas pelos bancos e corretoras, mas agora são as instituições financeiras que correm atrás dos brasileiros com benefícios para conquistá-los.
Um estudo da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e da consultoria estratégica Na Rua sobre como os brasileiros investem mostrou que, entre os clientes com diversos investimentos, os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e a poupança geralmente estão em bancos tradicionais, enquanto o investimento da reserva de emergência, para cobrir gastos imprevistos, normalmente fica em contas com rendimento automático de bancos digitais.
Já ações, fundos de investimentos e títulos de renda fixa mais longos tendem a permanecer em corretoras, com um cardápio maior de produtos acessíveis independentemente do tamanho do patrimônio do investidor.
“Desconcentrei o dinheiro nos últimos anos. Ele ficava no meu banco, mas descobri que os bancos digitais oferecem CDBs com taxas muito boas e joguei um pouquinho aqui, um pouquinho ali. Nem sei em quantos lugares eu guardo dinheiro atualmente”, contou o chefe de cozinha Yury, aos 34 anos e morador de Porto Alegre, à equipe de pesquisadores.
O Brasil deixou um extremo de pouca competição entre empresas de investimentos para outro de muita competição, afirma Guilherme Assis, cofundador e presidente do controlador de carteira de investimentos Gorila. Agora, além de bancos e corretoras, até empresas de mídia e varejistas começaram a oferecer esses produtos.
Ele acha que esse excesso de informações e de plataformas acaba dificultando que as pessoas naveguem esse mar, mas acredita que essa fase passará e que a competição levará a uma melhora na experiência dos clientes. “Esse mundo de milhares de plataformas e produtos será simplificado. Estamos evoluindo para que a experiência de investir seja melhor”, diz.
Aos brasileiros iniciantes em investimentos, Assis aconselha entender os objetivos pessoais antes de escolher a plataforma. “Um banco digital funciona para acessar crédito e deixar o dinheiro parado, mas uma corretora com assessoria ou consultoria de investimentos pode ser melhor para quem deseja ajuda para definir seus objetivos de vida e escolher os investimentos para realizá-los”, afirma. “O aconselhamento de investimentos importa mais do que a oferta de produtos em si”, diz.
O cofundador e presidente do Gorila acrescenta que os bancos deixaram de ser os piores lugares para investir em comparação às corretoras. “Não necessariamente o banco é o pior lugar para estar. A competição das corretoras gerou uma reação dos bancos, que ampliaram os investimentos e melhoraram as plataformas”, afirma. “No mesmo banco, existem investimentos ruins, como fundos de investimentos com taxas de administração altíssimas, e investimentos bons, como CDBs com ótimas remunerações”, diz.
Bernardo Pascowitch, fundador e presidente do buscador de investimentos Yubb, avalia que um maior número de opções de bancos e corretoras para investir é melhor para as pessoas, porque as instituições financeiras melhoram custos, produtos, serviços e transparência. Contudo, ele afirma que é falso o entendimento de que, quanto mais contas em diferentes instituições financeiras, melhor.
“Aconselho ser cliente de um banco, de uma corretora e de uma plataforma de investimento no exterior, no máximo. Acho um erro abrir conta em muitas instituições financeiras, porque isso causa angústia, faz parecer que investir é difícil demais e toma tempo”, diz.
Ele acrescenta que prefere corretoras a bancos para investir, apesar deles terem melhorado a prateleira de produtos. “Enquanto as corretoras são especializadas em investimentos, os bancos dão menos prioridade para essa área, porque ela é uma das menos rentáveis”, afirma.
Pascowitch diz que a oferta de produtos, especialmente de títulos de renda fixa, é praticamente a mesma em diferentes corretoras. Por isso, acha que é melhor abrir conta em uma corretora grande e independente do que em plataformas de investimentos de bancos menores, que emitem esses papéis. O que mais diferencia as corretoras, acrescenta, são o atendimento, os benefícios e a usabilidade.
Claudia Yoshinaga, coordenadora do Centro de Estudos em Finanças da da Fundação Getulio Vargas (FGVcef) também indica ser cliente de bancos e corretoras com parcimônia. “Não existe um número mágico de instituições financeiras e isso depende da disciplina do investidor. Muitos mal conseguem administrar uma conta”, afirma.
Ela diz que cada um deve avaliar os benefícios que são importantes para si. “Os acionistas serão atraídos pelos relatórios de análise e pela taxa de corretagem zero em algumas corretoras, enquanto os iniciantes serão atraídos pela conta com remuneração automática em alguns bancos digitais”, acrescenta.
Yoshinaga ainda destaca que bancos e corretoras escondem os investimentos que têm menos interesse de comercializar, como títulos públicos e ETFs (fundos de investimentos negociados em bolsa, que acompanham um índice de mercado). Assim, recomenda que os investidores estudem antes de se deixarem ser guiados pelas instituições financeiras.
O FGVcef elaborou um estudo dos melhores bancos e plataformas para investir, avaliando a qualidade de atendimento das instituições financeiras. Bradesco foi o banco vencedor e o BTG Pactual, a plataforma vencedora:
Melhor banco e plataforma para investir
Critério | Melhor banco | Melhor plataforma |
Eficiência | Bradesco | BTG Pactual |
Disponibilidade | Bradesco | Rico |
Realização | Bradesco | Nubank |
Privacidade | Santander | Rico |
Responsabilidade | Bradesco | Toro |
Aconselhamento | Santander | BTG Pactual |
Contato | Bradesco | BTG Pactual |
Valor percebido | Bradesco | BTG Pactual |
Lealdade | Banco do Brasil | Rico |
Fonte: Ranking Melhor Banco e Plataforma para Investir (MBPI), elaborado pelo Centro de Estudos em Finanças da FGV/SP (FGVCef) em parceria com a fornecedora de informações sobre consumidores Toluna |
Danielle Lopes, analista da Nord Investimentos, sugere separar as instituições financeiras por classes de investimentos. O dinheiro parado e o investimento da reserva de emergência podem ficar no banco e os títulos de renda fixa mais longos e fundos de investimentos podem ficar na corretora, por exemplo.
Além disso, ela aconselha comparar os custos e a assessoria dada ao investidor. “Aos que estão começando, indico as plataformas de investimentos com assessorias digitais, pelas quais tira-se as dúvidas pelo chat. Algo mais passivo é melhor do que ficar recebendo recomendações a todo momento”, afirma.
Carlos Castro, consultor financeiro certificado pela Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar), aconselha separar as instituições financeiras pelo prazo dos investimentos. Os de curto prazo devem ficar no banco, os de médio prazo, na corretora, e os de longo prazo, na seguradora. “Não é necessário ter muitas instituições financeiras. A concorrência levou a uma melhora nos produtos de todas [instituições] e os investidores ganharam com isso”, afirma.
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