Estudo inédito encomendado pela Pagaleve divulga tamanho do mercado de BNPL, tendências do Pix Parcelado, entre outros dados do setor.
Desde muitas décadas atrás o brasileiro sempre esteve acostumado a parcelar suas compras, seja inicialmente através do cheque pré-datado ou então em formas mais tradicionais, como através do cartão de crédito. O parcelamento é um hábito forte na cultura de pagamentos brasileira. E até 2020 a única forma realmente difundida para se pagar parcelado na maioria dos varejos brasileiros era através do cartão de crédito.
Mas apesar dessa quase dependência do uso de um cartão de crédito para que o consumidor pudesse fazer uma compra parcelada, o modelo atual de funcionamento do cartão de crédito apresenta uma série de fragilidades, que diminuem significativamente as potenciais vantagens para a população. Entre essas fragilidade estão (1) a baixa acessibilidade – hoje mais de um terço da população brasileira não tem um cartão de crédito; (2) um descasamento entre o limite disponível e poder de compra – tanto para cima quanto para baixo; e (3) a crescente falta de confiança devido a fraudes, altas taxas de juros e falta de clareza sobre as regras básicas de funcionamento dos cartões de crédito.
Estes sinais de esgotamento já refletem de forma substancial na taxa de crescimento das transações com cartões de crédito, que caiu de 27% no período de 2018 a 2022, para apenas 13% em 2023 (fonte: ABECS). Para 2024, a projeção é menor ainda, de apenas 10%, segundo a Consultoria GMattos. Informações e contextos como estes indicam uma mudança na dinâmica de meios de pagamento que, consequentemente, acabam abrindo espaço para a entrada de novos métodos.
O estudo inédito encomendado pela Pagaleve – fintech que oferece o meio de pagamento do Pix Parcelado, uma modalidade do setor de BNPL, e realizado pela consultoria GMattos, mostra que o parcelamento sem juros via cartão sofre instabilidade e tem afetado diversos agentes. De um lado, os lojistas têm sido impactados pelo alto custo da antecipação das parcelas – prática comum e essencial para a operação de gestão de caixa da grande maioria dos lojistas – e do outro, os bancos têm sofrido com o custo crescente da inadimplência.
Além dos custos de antecipação, fatores como o aumento das taxas, regulação e altos custos com fraudes motivam o lojista a buscar por novos tipos de parcelamento que tenham o potencial de aumentar a taxa de conversão no checkout, e que possuam risco reduzido. É aí que o BNPL entra.
O setor de BNPL (Buy Now Pay Later), já maduro em países como os Estados Unidos, começou a ganhar força em território brasileiro há cerca de 3-4 anos, e uma de suas modalidades que mais se destacam é o parcelamento através do pix.
Neste estudo proprietário estima-se que o tamanho potencial de mercado de BNPL é de aproximadamente R$ 205 bilhões anuais, sendo R$ 101 bilhões em estimativas baseadas nos volumes de venda via crediário próprio diretamente por lojas ou em parceria com financeiras e R$ 104 bilhões em estimativas do volume de transações na modalidade parcelada, negadas via cartão de crédito. Ou seja, o potencial desse setor é imenso.
“O ambiente não favorável dos cartões de crédito, com taxas de juros em patamar elevado e custos com fraudes incomoda os lojistas, que absorvem o risco de fraude da operação sem a devida compensação. Este é um diferencial na oferta BNPL via Pix Parcelado por fintechs, que se responsabilizam pelo risco de inadimplência e possíveis fraudes do consumidor, além de aumentar significativamente o volume vendido”, comenta Henrique Weaver, CEO e Co-fundador da Pagaleve.
Quase 2% da receita do lojista é destinada a custos decorrentes de fraudes com cartão de crédito
Adicionalmente, o estudo divulgou que o custo de gestão de fraude médio de um lojista representa aproximadamente 1,9% da receita do lojista. Dentro desse percentual estão incluídos custos com chargeback e com custos de prevenção (p.ex., ferramentas anti-fraude). “Esse é um custo praticamente escondido, mas que ao mesmo tempo pesa muito para os lojistas na operação com cartões. Considerar isso é, para muitos varejistas, a chave para decidir pelo Pix Parcelado”, comenta Weaver.
Aceitação do BNPL, incluindo a modalidade do Pix Parcelado cresce mês após mês
O estudo também entrou no detalhe da aceitação dos diferentes meios de pagamentos nas lojas online brasileiras (e-commerces). No monitoramento nota-se que as formas de BNPL, incluindo o Pix Parcelado, tiveram o maior crescimento entre todos os meios de pagamento analisados, saindo de 27,1% de aceitação em janeiro/23 para 39% em janeiro/24.
Histórico de aceitação de meios de pagamentos – Jan/21 – Jan/24
(fonte: GMattos)
O Pix Parcelado, uma das modalidades de BNPL, oferece uma forma de inclusão para a parcela dos consumidores que não são plenamente atendidos pelo cartão de crédito – contribuindo assim com a expansão da oferta. Segundo Thrasyvoulos Tomarás, Diretor financeiro do Grupo Aste, responsável por marcas como Reebok, Diesel e The North Face, “Para nós, o Pix Parcelado trouxe um incremento de vendas bastante relevante tanto na expansão de público que não comprava conosco quanto no ticket médio das compras. Tem sido uma forma de pagamento bastante relevante para as marcas do grupo “.
Em coletiva de imprensa realizada hoje (20/Mar) em São Paulo, o CEO e Co-Fundador da Pagaleve Henrique Weaver apresentou aos jornalistas os resultados do estudo. Em seguida, houve uma sessão de perguntas e respostas, com participação dos convidados Sergio Bahdur (ex-Presidente da Credicard) e Thrasyvoulos Tomarás, Diretor financeiro do Grupo Aste, grupo varejista usuário de Pix Parcelado. Também participou da discussão Gastão Mattos, especialista de renome em meios de pagamento.
Sobre a Pagaleve
Fundada em 2021, a Pagaleve é uma fintech que oferece o meio de pagamento Pix Parcelado por meio de uma plataforma tecnológica. Entre os benefícios oferecidos aos varejistas estão: aumento da taxa de conversão, aumento do ticket médio e zero riscos de inadimplência ou chargeback. Para os consumidores, o Pix Parcelado possibilita o parcelamento sem cartão de crédito, sem juros e com uma aprovação em menos de três segundos.
Com um aporte de US$ 25 milhões liderado pela Salesforce Ventures e com participação de fundos e empresas como Banco do Brasil, Entrée Capital, Founder Collective, OIF Ventures, Endeavor Scale-Up Ventures e Janeiro Energy, a startup está presente em mais de 5.000 varejistas, incluindo o Grupo Reserva, Farm, Grupo Aste, Off Premium, RiHappy, Mizuno, Under Armour, Olympikus, Lupo, Canal, Grupo Afeet, Tok&Stok, Artex, MMartan entre outros. A Pagaleve também faz parte das 100 Startups to Watch 2022 e 2023, estudo da Editora Globo que destaca os negócios mais promissores do ecossistema de inovação do Brasil.
Sobre o Grupo Aste
Há mais de 50 anos, atua nos mercados de varejo e atacado, com desempenho no e-commerce há mais de 15 anos. O grupo é referência no ramo de acessórios, vestuário e calçados no Brasil, sendo a distribuidora exclusiva das marcas internacionais Allbags, Caterpillar, Coach, Diesel, Hoka, JanSport, Kipling, Original Penguin, Reebok, e UGG. A multimarcas Allbags foi criada em 2007 e conta com diversas lojas físicas, como também foi o primeiro e-commerce do grupo. Além das marcas pertencentes ao Grupo Aste, a empresa atende diversas outras marcas parceiras. Atualmente, são compostos por 10 marcas, com mais de 5.900 pontos de vendas, entre lojas próprias e multimarcas, localizadas em diversas regiões do Brasil.——–
Material extra
Perguntas e Respostas de Mesa Redonda durante a Coletiva de Imprensa realizada em 20 de março de 2024.
Sérgio Bahdur, ex presidente do Credicard no Brasil e CEO da Quantum Strategics
- A Credicard foi pioneira no Brasil a oferecer parcelamento através do cartão de crédito. Quais foram os maiores desafios que surgiram na época, para disseminar o parcelamento via cartão?
Antes da Credicard, o parcelamento já existia através do crediário, CDC (Crédito Direto ao Consumidor) e cheques pré datados. O que aconteceu é que as empresas de adquirência criaram o parcelamento via cartão de crédito e passaram a ofertar para milhares de estabelecimentos, que rapidamente entenderam que a inclusão do método poderia trazer benefícios como redução da inadimplência e, ao mesmo tempo, aumentar suas vendas ao atrair mais consumidores.
O consumidor percebeu que, ao usar o cartão de crédito, poderia ter acesso ao parcelamento sem passar por um processo de crédito demorado e restritivo sempre que quisesse comprar algo.
Um desafio para a Credicard foi como definir o prazo para financiar o fluxo financeiro dessa nova dinâmica. Com o tempo, encontraram maneiras de minimizar essa dificuldade, como, por exemplo, a possibilidade de antecipação de recebíveis, que oferecia uma gestão mais ajustada a cada fluxo financeiro.
- Você tem experiência profunda com as várias “eras” de parcelamento no Brasil – começando com o cheque pré-datado, passando pelas várias formas de parcelar pelo cartão, e agora com o BNPL. Como você vê o parcelamento via Pix, sem cartão de crédito? Os desafios que ele tem hoje são similares aos desafios que o cartão de crédito teve lá atrás, quando foi lançado o parcelado no cartão?
Os desafios são diferentes. O BNPL está entrando em um processo já consolidado pela indústria de pagamentos. Enxergo o BNPL através do Pix Parcelado como uma oportunidade para continuar com a expansão de formas de parcelamento para quem não tem acesso ao cartão de crédito ou não quer utilizar o seu limite, por exemplo. Em relação aos desafios de expansão de produto, vejo que a ampla aceitação do Pix no mercado atua como um impulsionador desse processo, facilitando a adoção do Pix Parcelado. Agora, vejo que o desafio é disponibilizar a forma de pagamento em um número ainda maior de estabelecimentos para dar acesso a mais pessoas.
- Você enxerga que o parcelamento via Pix vai tomar muito do espaço que hoje é dominado pelo parcelamento via cartão de crédito? Como vê essa evolução nos próximos anos?
Acredito que o parcelamento via Pix vai crescer muito devido às suas inúmeras vantagens para os dois públicos: consumidor e varejista. De um lado, o consumidor tem a sua compra aprovada de maneira fácil e rápida e, do outro, o varejista tem recebimento garantido e isenção de riscos com inadimplência e fraudes. Adicionalmente, o produto aproxima o estabelecimento do consumidor, diferente do mundo de cartões, onde as transações são consolidadas na fatura.Acredito que o parcelamento via Pix vai crescer muito devido às suas inúmeras vantagens para os dois públicos: consumidor e varejista. De um lado, o consumidor tem a sua compra aprovada de maneira fácil e rápida e, do outro, o varejista tem recebimento garantido e isenção de riscos com inadimplência e fraudes. Adicionalmente, o produto aproxima o estabelecimento do consumidor, diferente do mundo de cartões, onde as transações são consolidadas na fatura.
Thrasyvoulos Tomarás, Diretor Financeiro do Grupo Aste
- Quais você enxerga que são os principais desafios ao escolher um meio de pagamento? Você acredita que meios de pagamentos por si só podem ajudar a aumentar as vendas da sua operação?
O grupo gosta de ser pioneiro em relação ao que tem de mais moderno no mercado, visando sempre atender aos seus consumidores de forma rápida, com eficiência e qualidade.
Por isso, com a chegada do Pix Parcelado, vimos uma oportunidade de oferecer aos nossos consumidores mais um meio de pagamento, além dos tradicionais existentes no mercado, democratizando o acesso ao parcelamento e garantindo maior segurança aos nossos clientes no momento de efetuarem suas compras.
Também percebemos um aumento significativo nas vendas depois da implementação do Pix Parcelado e verificamos que tem um público ávido por novidade. Percebemos um aumento de 20% em nossas vendas. A partir de pesquisas internas nós identificamos que muitos deles não gostam de usar o cartão de crédito ou o evitam e escolhem formas de pagamento menos burocráticas e mais ágeis.
- O que levou o Grupo Aste a escolher o Pix Parcelado como forma de pagamento?
Acreditamos muito em democratizar o acesso aos produtos das nossas lojas e o Pix Parcelado contribuiu para que a gente consiga alcançar esse objetivo. Além disso, somos muito focados e preocupados em entender o que o mercado está buscando e quais são as novidades disponíveis. Fizemos alguns levantamentos e pesquisas internas e, por conta do que encontramos, acabamos procurando a Pagaleve para implementar essa forma de pagamento e disponibilizar o Pix Parcelado para ainda mais gente. Tem dado super certo!
Gastão Mattos, Especialista em meios de pagamentos e responsável pela consultoria GMattos
- O que mais está te surpreendendo na evolução dos meios de pagamentos nos últimos 2-3 anos? Claro que o crescimento do Pix é surpreendente, mas o que mais tem chamado a sua atenção?
O segmento de meios de pagamento observa transformações aceleradas nos últimos anos. O evento PIX foi um agente transformador importante para desencadear outros efeitos nos meios tradicionais de pagamento. Além disso, outros eventos, como o processo de mudança nos parcelamentos via cartão, caracterizaram o cenário acelerado de mudanças e evolução. Sem dúvida, o surgimento dos novos tipos de parcelamento, fora do cartão de crédito, o BNPL é um evento notável, dado seu ganho de amplitude e relevância nos últimos 3 anos. Ao que tudo indica, veremos sua contínua evolução na aceitação e uso nos próximos períodos.
- Considerando outros mercados onde a oferta BNPL se estabeleceu, existe alguma diferença da oferta e evolução destas formas de pagamento no Brasil e no Exterior?
O BNPL foi introduzido na Australia e posteriormente nos EUA e Europa. Interessante notar que por lá, o cartão de crédito não oferecia opção de pagamento parcelado, tal qual sempre tivemos por aqui. Como os novos parcelados surgiram no Brasil pouco após o BNPL ganhar amplitude principalmente nos EUA. o mercado adotou a mesma designação, acredito que pelo fato de serem ofertas fora do cartão de crédito. Uma diferença importante diz respeito ao Pix que no Brasil, permitiu uma forma de cobrança das parcelas e repasse ao lojista, com escala e segurança. Nos outros mercados, as plataformas de cobrança e repasse foram construídas caso a caso, sendo um entrave maior para o tracionamento deste tipo de oferta.
Henrique Weaver, CEO e Co-Fundador
- Como vocês estão vendo a nova modalidade de “crediário no cartão”, que foi anunciada recentemente pela ABECs?
Essa nova modalidade tem o potencial de dar um pouco mais de conveniência para quem já é usuário de cartão de crédito, e não tem problemas com o limite do cartão.
Mas ela continua deixando de fora boa parte das pessoas que já estavam mal atendidas pelas formas atuais de parcelamento: (1) as pessoas que não tem cartão de crédito, que são mais de um terço da população brasileira, (2) aqueles que têm um poder de compra acima do limite do cartão, e (3) aqueles que não gostam de usar cartão de crédito, como boa parte da geração Z. Então apesar de ter um potencial de impacto, esse impacto tende a ser marginal, e não transformador.
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