Apelo de Luiza Trajano não foi à toa: Magazine Luiza tem prejuízo de R$ 135 milhões no 2T22 — veja o que afetou o Magalu

O Magalu conseguiu reduzir as perdas na comparação com o primeiro trimestre de 2022, mas em relação ao mesmo período de 2021, acabou deixando o lucro para trás

Não foi à toa que Luiza Trajano gravou um vídeo no mês passado pedindo que os clientes do Magazine Luiza (MGLU3) fizessem um “carnezinho gostoso” e voltassem a comprar na loja. A empresária imaginava o que estava por vir: mais um prejuízo trimestral.

O Magalu registrou prejuízo líquido de R$ 135 milhões no segundo trimestre do ano, revertendo um lucro líquido de R$ 95,5 milhões obtido no mesmo período do ano anterior. 

Essa redução das perdas era esperada pelos analistas, mas, ainda assim, as ações MGLU3 sofreram na bolsa hoje — destoando das altas recentes. Os papéis do Magazine Luiza fecharam o dia com queda de 7,60%, cotados a R$ 3,04.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) caiu 1,70% no período, para R$ 457,4 milhões. A margem Ebitda passou subiu de 5,2% para 5,3% em base anual.

A receita líquida, por sua vez, somou R$ 8,562 entre abril e junho deste ano, o que representa uma queda de 5,0% em relação ao mesmo período do ano anterior. 


O que o mercado esperava do Magazine Luiza (MGLU3)

Como o Magazine Luiza (MGLU3) entrou em 2022 com o pé esquerdo, já era esperado que a performance da varejista não seria de encher os olhos. 

As ações MGLU3 amargam perdas de 86% no ano e o Magalu saiu do lucro para um prejuízo logo nos primeiros três meses deste ano — muito em função do aumento das despesas financeiras no período. 

Para o segundo trimestre, a expectativa era de que o Magazine Luiza apresentasse uma melhora sequencial em seus resultados, embora ainda com prejuízo — o que, de fato, aconteceu, embora a perda tenha vindo maior que as previsões.

Abaixo a estimativa de consenso para os resultados da Magazine Luiza no segundo trimestre de 2022 na comparação com o mesmo período de 2021, de acordo com a Bloomberg:

  • Prejuízo líquido: R$ 86 milhões ante lucro de R$ 95,5 milhões
  • Receita líquida: R$ 9,503 bilhões, alta de 5,4%
  • Ebitda: R$ 463 milhões, queda de 0,45%
  • Margem Ebitda: 4,9% ante 5,2%

O e-commerce salvou o Magazine Luiza desta vez?

Assim como no primeiro trimestre, mesmo com inflação e juro alto, a divisão de e-commerce do Magazine Luiza (MGLU3) não parou de crescer. 

As vendas no comércio eletrônico totalizaram R$ 10 bilhões entre abril e junho, avanço de 2% na base anual.

A cifra representou cerca de 72% das vendas totais do Magazine Luiza no período. O marketplace da empresa, que já conta com 200 mil sellers — como são chamados os vendedores parceiros — registrou alta de 22% e correspondeu a 36% das negociações online.

As lojas físicas tiveram uma performance mais tímida entre abril e junho. As vendas desse canal atingiram R$ 4 bilhões, praticamente estáveis na comparação com o mesmo período do ano anterior.


A concessão de crédito do Magazine Luiza (MGLU3)

No negócio de fintech do Magazine Luiza (MGLU3), o Volume Total de Pagamentos (TPV, na sigla em inglês) atingiu R$ 22 bilhões no segundo trimestre. Em cartões de crédito, o TPV foi de R$ 13 bilhões no período, uma alta de 42%, atingindo R$ 20 bilhões em carteira de crédito.

“Os indicadores de atraso continuam abaixo dos níveis históricos”, diz a companhia.

A inadimplência acima de 90 dias foi de 7,7% ao final do trimestre.

“O modelo de aprovação de crédito da Luizacred [joint venture da companhia com o Itaú] — historicamente conservador — e a participação das lojas físicas no processo de cobrança são fundamentais para a manutenção da inadimplência em patamares inferiores aos vistos no mercado”, afirma o Magazine Luiza.

A Luizacred, no entanto, registrou prejuízo líquido de R$ 29 milhões entre abril e junho.

Relembre o vídeo de Luiza Trajano apelando para os clientes comprarem com crédito pré-aprovado via carnê:

As informações acima procedem do site Seu dinheiro.


‘Carnezinho gostoso’ do Magalu DOBRA preço de geladeira para R$ 6.800

Segundo matéria do UOL a respeito deste assunto, comprar no “carnezinho gostoso” do Magazine Luiza não é tão bom assim, e pode dobrar o valor de um produto!

Ressuscitada pela presidente do conselho do Magalu, Luiza Helena Trajano, a compra pelo carnê exige uma entrada de mais de 30% do valor do produto e faz uma geladeira dobrar de preço de R$ 3.400 para R$ 6.800 em 18 meses.

Em nota, a empresa contesta os números, diz que seus juros estão de acordo com o mercado e que o foco é o cartão de crédito, com taxas menores (veja mais detalhes no fim deste texto).

A ideia do carnê era facilitar as compras e trazer de volta para as lojas cerca de 10 milhões de clientes da rede que já são cadastrados na empresa.

De onde surgiu a ideia do carnê? Luiza Trajano gravou um vídeo enviado para cerca de 5 milhões de clientes da rede, em que dizia: “Lembra daquele carnezinho gostoso? Vai ser em prestações que você pode pagar e a gente ainda vai dar um descontinho no juro. Vá o mais rápido possível para uma de nossas lojas, por favor.”


Qual o custo de usar carnê?

Para saber qual era o valor e como funcionava essa forma de crédito, a reportagem do UOL perguntou à empresa, por meio de sua assessoria de imprensa.

Mas o valor não foi informado, e a empresa não comentou os juros cobrados.

Ao visitar uma loja física da Magalu, em um shopping de São Paulo, a reportagem do UOL constatou que uma geladeira vendida no carnê em 18 meses dobra de valor.


Quais as condições de pagamento?

Para comprar pelo “carnezinho gostoso”, é preciso pagar uma entrada à vista em qualquer produto. O restante é pago no carnê. O prazo mais comum, segundo uma vendedora da loja, é dividir o pagamento em 18 meses.


Geladeira pelo dobro do preço:

No caso de uma geladeira Electrolux frost free inox duplex 371 litros, 110v, que custa R$ 3.465 à vista, o consumidor teria que desembolsar R$ 1.400 de entrada e mais 18 parcelas de R$ 300 no carnê. No total, sairia por R$ 6.800, uma alta de 96%, quase o dobro, segundo orçamento feito por um vendedor da loja.


Todos os produtos têm juros tão altos?

A taxa não é a mesma para todos os produtos. Há alguns em que as condições são melhores. Para um colchão Probel Queen, de molas, com preço à vista de R$ 2.360, a loja pede R$ 700 de entrada mais 18 parcelas de R$ 135 no carnê. O total fica em R$ 3.130, um aumento de 33%.


Por que as lojas cobram juros tão altos?

Redes de varejo como Casas Bahia e Magazine Luiza compram de seus fornecedores com um prazo para pagar bem menor do que o que dão para seus clientes, diz Wagner Varejão, economista da Valor Investimentos.

Se o cliente paga em 18 meses, a loja tem no máximo 90 dias para pagar aos fabricantes. Tudo isso entra na conta dos juros. Quanto maior o prazo para pagar, maior a taxa.


Mas se a Selic é de 13,75% ao ano, por que os juros para o cliente chegam a 100% ou mais?

As lojas cobram juros tão altos porque sabem que as pessoas pagam, muitas não prestam atenção às taxas de juros ou simplesmente não têm outra opção no momento, diz Adriano Gomes, professor de finanças da ESPM e sócio-diretor da Methode Consultoria.

“O consumidor se submete a juros absurdos. Infelizmente essa é a dura e verdadeira realidade”, afirma.

Outra coisa que entra para essa conta é o risco de calote, segundo Varejão. Como são muitas prestações, há mais possibilidade de a pessoa não pagar parte da dívida.


Magalu contesta valores

Questionado sobre os juros altos, o Magazine Luiza disse que a conta apresentada não é real, mesmo diante do fato de a reportagem ter feito a consulta presencialmente numa loja da rede. A empresa argumenta que a preferência é o uso de cartão em vez do carnê e que seus juros estão dentro dos cobrados no mercado lojista.


Veja a seguir a íntegra enviada pelo Magalu ao UOL:

“Os valores apresentados nos exemplos citados não refletem a realidade dos juros de CDC [crédito direto ao consumidor, pelo carnê] do Magalu.

As principais ferramentas de crédito, no Magalu, são os cartões da empresa – Magalu Card e Cartão Magalu. Eles correspondem a 35% das vendas nas lojas. Os cartões de terceiros representam outros 35% das vendas.

O CDC é uma mais uma ferramenta de crédito usada por quem não tem acesso a cartões. Ele corresponde a apenas 6% das vendas em nossas lojas. Os juros cobrados estão em linha com o mercado.

O foco no cartão de crédito na estratégia do Magalu também foi evidenciado em campanha recente de crédito pré-aprovado, na qual 80% dos clientes eram elegíveis aos cartões da empresa.”

As informações acima procedem do site UOL ECONOMIA.


A respeito do “Vá o mais rápido possível para nossas lojas, por favor – tem um carnezinho gostozo pra você” de Luiza Trajano, você pode rever a análise exclusiva do especialista em finanças Leandro Vieira, do Canal Cartões de Crédito Alta Renda:


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